quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Comércio - Evolução e Modelos Organizacionais

Conceito de Mercantilismo
O Mercantilismo corresponde a uma doutrina económica que se afirmou na Europa colonial dos séculos XVI e XVII e que se baseava na convicção de que a riqueza e o poder de um país dependiam da quantidade de metais preciosos que esse mesmo país conseguia acumular. Dado que a grande maioria dos pagamentos internacionais se faziam, nessa altura, com ouro e prata, toda a política económica centrava os seus esforços na manutenção de uma Balança Comercial favorável de forma a que a entrada de metais preciosos para pagamento das exportações fosse superior à sua saída para pagamento das importações. Para isso eram criadas medidas restritivas às importações através de pesadas taxas alfandegárias e em simultâneo eram fomentadas as exportações através do estimulo ao desenvolvimento da produção manufactureira nacional. A par deste aumento do intervencionismo do Estado na regulação da produção e do comércio e no desenvolvimento de mecanismos proteccionistas da economia nacional, são também criados regimes de exclusividade nas relações comerciais com as colónias.
O mercantilismo teve a sua máxima expressão em França, facto que em grande medida se deveu a Jean-Baptiste Colbert, ministro do rei Luís XIV, razão pela qual o mercantilismo também seja conhecido como Colbertismo. As medidas implementadas por Colbert assentavam essencialmente na criação e desenvolvimento de manufacturas, quer do Estado, quer de particulares, e na criação de medidas proteccionistas dos interesses económicos nacionais através da implementação de elevadas taxas alfandegárias e da atribuição de diversos privilégios às manufacturas.
Em Inglaterra e na Holanda o mercantilismo não assumiu uma profundidade tão elevada, com o intervencionismo estatal a ser muito menos acentuado e a manifestar-se essencialmente no incremento das actividades mercantis através do desenvolvimento das suas frotas mercantes e através de medidas limitadoras do acesso de embarcações estrangeiras aos seus portos.
Quanto a Portugal e Espanha, emergiu um outro tipo de mercantilismo: o mercantilismo metálico ou bulionismo. O mercantilismo metálico assentava numa política de procura directa dos metais preciosos na sua origem (América e África) e a sua acumulação nos seus cofres.
O bulionismo (bulhonismo) ou metalismo é uma teoria económica da Idade Moderna (1453-1789) que quantifica a riqueza através da quantidade de metais preciosos possuídos.

O mercantilismo foi desenvolvido na Europa moderna entre o século XV e o final do século XVIII. Consistiu numa serie de medidas com tendencias a unificar o mercado interno e ter como finalidade a formação de fortes estados-nacionais

O mercantilismo originou-se no período em que a Europa estava a passar uma grave escassez de ouro e prata, não tendo portanto, dinheiro suficiente para atender ao volume crescente do comércio.

MERCANTILISMO EM PORTUGAL


As primeiras mercantilistas em Portugal só se concretizaram em meados do séc. XVII com a política económica lançada pelos seus Vedores da Fazenda: Conde da Ericeira e D. Luís de Menezes. Num contexto de crise que se vivia nesta altura, foram ensaiadas as primeiras medidas mercantilistas, incentivadas pela obra de Duarte Ribeiro de Macedo. Nestas medidas constou o restrigimento à importação, política de desvalorização monetária, incentivo e protecção às Industrias apoio ao comércio, à construção naval e à criação de novas companhias monopolistas.
Os vinhos portugueses vinham a ser exportados em larga escala para os mercados ingleses. Nos finais do século XVII a Inglaterra importava mais de metade da produção vinícola portuguesa. A descoberta de minas de ouro no interior brasileiro e o abrandamento da crise comercial internacional fizeram com que a politica económica portuguesa, continuasse a registar um desequilíbrio na balança comercial e um marasmo na produção industrial. A celebração, em 1703, do Tratado de Methuen abriu o mercado interno português às manufacturas inglesas, viria a acentuar o desequilíbrio da balança comercial e o atraso no desenvolvimento manufactureiro.
Foi com Marquês de Pombal defendendo a autoridade ilimitada do rei e o controlo da economia através do dirigismo e do proteccionismo económico. A política económica do Marquês de Pombal orientou-se, assim, no sentido de «suster a crise económica e libertar o país da dependência em relação ao estrangeiro». Para tal, numa primeira fase, o Marquês promoveu o fomento comercial, para o que criou a Real Junta do Comércio, organismo central de todas as actividades económicas e, numa segunda fase, favoreceu o desenvolvimento industrial.O Marquês favoreceu os grandes comerciantes e instituiu companhias priveligiadas: fomento comercial criou a real junta do comércio; instituiu companhias monopolistas quer para tráfico colonial (companhia do Granpará e Maranhão, companhia geral de Pernanbuco e Paraíba, companhia para o comércio com o Oriente) e na metrópole (companhia geral da agricultura das vinhas do Alto Douro e companhia geral das reais pescas do reino do Algarve).Quanto ao fomento industrial o Marquês fundou, remodelou e apoiou manufacturas: têxteis; vidros faianças; chapelaria; metalúrgica; construção naval. A POLITICA SOCIAL-A política social do Marquês de Pombal procurou suprimir as resistências ao poder absoluto. A fundação do Real Colégio dos Nobres visava dotar esta nobreza de uma melhor preparação, mas, simultaneamente, submetê-la ao rei e à razão de Estado. Tomou algumas medidas de disciplina e de repressão da autonomia da grande nobreza. Alguns nobres reagiram a esta na sequência do atentado ai rei D.José. A expulsão dos jesuítas. As reformas económicas do Marquês de Pombal favoreceram, em especial, a ascensão da burguesia mercantil e financeira. Com estas medidas o Marquês contribuiu para um fortalecimento da burguesia e para uma maior mobilidade social. A prosperidade comercial de finais do século XVIII – No último quartel do século XVIII, houve a criação de novas riquezas nas colónias (algodão, couros, arroz, açúcar...) e o desenvolvimento industrial, reforçando as indústrias existentes com subsídios e privilégios. De facto, a independência dos EUA, em 1776 , e a consequente guerra com a Inglaterra obrigaram esta a recorrer ao mercado português para se abastecer de alguns produtos que até então obtinha nas suas colónias americanas. O reinado de D.Maria I conheceu, assim, alguns anos de balança económica favorável a Portugal no seu comércio com a Inglaterra.



Margarida Miranda




Objectivos:

Esta UFCD embora inicialmente me parecesse que não me iria trazer nada de novo e não entendesse onde poderia na prática aplicar estes conhecimentos, revelou-se agradavelmente uma UFCD que me envolveu quer pelo conteúdo quer pela Formadora Dra. Graça Maia.
Para a realização do trabalho Comércio e sua evolução, a pesquisa que fiz para o comércio nos Descobrimentos foi interessantíssima, os antigos modelos organizacionais de Comércio e especialmente desta época fizeram-me perceber que hoje em dia estes modelos (mais complexos claro) são os mesmos ou se regem pelo mesmo princípio, estarão para o comércio de hoje como Freud para a Psicologia.
De todo o conteúdo desenvolvido nesta UFCD, e dentro do Comércio – Evolução, escolhi o tema distribuição para reflexão:

 A Distribuição nos dias de hoje:


EXEMPLO DE UM CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO CURTO:

PRODUTOR   ------- RETALHISTA ------------- CONSUMIDOR

EXEMPLO DE UM CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO LONGO:

PRODUTOR ---- IMPORTADOR ----- ARMAZENISTA -------- TRANSPORTADOR ----- RETALHISTA ------- AGENTE COMERCIAL ----- ----- CONSUMIDOR

Distribuir produtos é entrega-los no local certo, em quantidade suficiente, com as características pretendidas, no momento exacto e com os serviços necessários à sua venda. A política de distribuição foi, durante décadas, menosprezada pela indústria tradicional, segundo uma orientação que não compreendeu que, perante uma economia de excesso de oferta, os canais de distribuição desempenham um papel filtro, e muitas vezes de sucesso, relativamente à chegada dos produtos aos clientes. Apenas nos últimos anos, com a procura de um novo modelo de desenvolvimento económico por parte da indústria tradicional, e com a criação de marcas, se constatou a importância da distribuição tendo-se nos últimos anos, começado a

ouvir falar por parte dos governantes, na necessidade de acesso aos canais de distribuição internacionais.
Neste âmbito, as empresas devem obter informações credíveis sobre a reputação do intermediário junto de bancos e clientes e sobre a sua experiência com produtos idênticos, avaliando também a qualidade dos seus vendedores e a sua capacidade financeira e ainda, as vantagens logísticas que oferece (dimensão, localização, existência de armazém, capacidade de fornecer serviço pós-venda, etc.), o nível de conhecimento sobre as técnicas de promoção do mercado, o número e tipo de canais de escoamento cobertos.
Como tal entendo, ser fundamental ter um conhecimento básico dos nossos primórdios no Comércio e até aos dias de hoje. Sendo os Canais de Distribuição tão importantes para uma empresa actual, o conhecimento básico deste processo é fundamental para que de futuro possa entender que na minha actividade profissional (Comercial), e como acima já o referi, os canais de distribuições desempenham um papel filtro, e muitas vezes de sucesso, relativamente à chegada dos produtos ao cliente.




Porto, 07 de Outubro de 2010

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