quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Controlo e Armazenamento de Mercadorias

UFCD: CAM - Controlo e Armazenamento de Mercadorias1.
Formador: Dra. Ana Fonseca

A função de Armazenagem dos stocks é uma função integrada no sistema de distribuição total, dado que estabelece uma separação clara entre a oferta e a procura de qualquer negócio. É parte do processo integral que vai desde a produção até aos centros de distribuição e, finalmente, até ao consumidor.
Pode entender-se um Armazém como um espaço planeado para a eficiente arrumação e manuseamento de mercadorias e materiais. Desta definição depreende-se que um armazém tenta combinar a maximização de espaço de armazenamento, em termos de volume, e a minimização das operações de manuseamento. Para isso, e sendo impossível alcançar ambos, há que ponderar constantemente um em função do outro.
2. Os métodos operacionais utilizados nos armazéns condicionam de, forma determinante, o espaço, a quantidade de mão-de-obra e o tipo de equipamento que são necessários. Seguindo o fluxo de mercadorias através do armazém, terão de considerar-se os seguintes aspectos: A recepção de produtos, Os critérios de localização dos stocks no armazém, Os métodos de armazenagem de materiais e As saídas de mercadorias. A armazenagem é necessária quando há necessidade de acondicionar mercadorias, durante a sua movimentação entre as linhas de produção e os consumidores. Esta necessidade tem de ser considerada como um custo extra. Abrandar o movimento das mercadorias aumenta os custos e, por isso, tal só deve ser necessário quando há necessidade de executar outras operações. Assim, uma forma de reduzir o custo final consiste em aumentar a velocidade do fluxo dos materiais. A velocidade do fluxo é a chave de custos baixos, pelo que a nossa prioridade deve ser “manter as coisas em movimento e depressa”. Se considerarmos o fluxo natural de artigos num armazém, as operações a realizar desenvolvem-se em quatro etapas de trabalho: Recepção dos produtos, Armazenamento dos produtos por atacado, Desconsolidação, selecção e reconsolidação (preparação das expedições), Movimento de saída das instalações Tendo em consideração estas fases, ao planear o armazém devemos tentar minimizar a distância entre uma fase e a seguinte, de forma a realizar os movimentos tão contínuos e regularmente quanto possível. Os dois modelos mais comuns para os fluxos de movimentação de um armazém são: O Fluxo em U (No fluxo em U, o cais de carga e de recepção estão juntos do mesmo lado do Edifício e O Fluxo Longitudinal e em I (No fluxo longitudinal, os cais de recepção e de partida estão em extremos opostos do edifício, tendendo por isso a ser utilizados quando as mercadorias recebidas têm origem numa fonte de produção adjacente, ou quando os veículos usados para a recepção e para a expedição são de tipos diferentes.)
3. Rotatividade: Os artigos que apresentam um maior número de movimentos de entrada e saída (maior rotação), devem ser armazenados de tal forma que sejam minimizadas as distâncias a percorrer. Similaridade: Produtos recebidos e/ou expedidos em conjunto devem s armazenados próximo uns dos outros. Ex.: Armazenagem dos componentes de um motor. Tamanho: Os produtos devem ser armazenados em espaços adequados ao seu tamanho. O sistema deve ser projectado para se ajustar às necessidades. Ex.: Racks de altura regulável. Utilização do Espaço: Uma excessiva optimização do espaço pode conduzir à degradação das condições de movimentação. Os corredores de movimentação devem ter largura adequada e as infra-estruturas de armazenagem acesso por ambos os lados. Características dos Produtos: Pois podem ser perecíveis, ter forma irregular, serem de materiais perigosos, poderem ser roubados e por poderem ser incompatíveis.
4. Perecíveis: Podem requerer ambiente controlado (climatizado), Forma Irregular: Necessitam de ser armazenados em espaço livre, Materiais perigosos: Inflamáveis, ácidos, etc., Segurança contra roubo: Artigos de valor e Incompatíveis: Ambiente climatizado partilhado.
5. Frequência de recepção e expedição de encomendas, Frota disponível., Horários de disponibilidade dos meios de transporte, Horários de carga e descarga (fornecedor e cliente), Volume de carga por linha de produto e o Volume de carga por meio de transporte.
6. Os cinco estádios são: Recepção, Transferência, “Order picking”, “Cross docking” e Expedição.
7. Recepção: Descarga das Mercadorias: Retirar a mercadoria recebida do veículo de transporte e colocá-la numa área de armazenamento temporária (“dock staging area”), Verificação da Mercadoria: (Qualidade/Quantidade) - 100% de aceitação, Amostragem aleatória (7 a 10%) e 100% de verificação, Identificação do Stock: Nenhuma – é usada a do vendedor, Manual, Impressa por máquinas com leitura humana, Impressa por máquinas com leitura automática e humana e RFID – rádio frequência e Empacotamento: Em unidades de stock mais pequenas. Transferência: Envolve o movimento físico da mercadoria para um lugar predeterminado, seja armazenamento, “picking” ou expedição. “Order Picking” - Selecção de Encomendas: Envolve a selecção e o levantamento dos produtos em stock, de forma a satisfazer as encomendas dos clientes. Cross docking”: Transferência da mercadoria directamente da zona de recepção para a de expedição. Expedição: Agrupar as encomendas na área de expedição (“staging”), Movimentar as encomendas fisicamente para o veículo de transporte, Controlar as encomendas a serem expedidas e Actualizar o stock.
8.1 A classificação baseia-se nas necessidades do cliente. Assim temos produtos de: Conveniência/ Comodidade – Em regra são produtos de compra frequente, trazem pouco valor acrescentado e o preço é, geralmente, baixo. Sendo produtos de necessidade básica, suscitam uma procura contínua durante períodos de longa duração e o consumidor não perde muito tempo a escolher ou a compará-los (exemplos : pão, açúcar, sal, óleo, etc.), Compra Comparada – São todos os produtos face aos quais o consumidor se demora a comparar preços, qualidades, estilos ou outras características antes de tomar a decisão de compra. São, geralmente, mais caros e de compra menos frequente (exemplos : roupa, electrodomésticos, mobiliário, aparelhagens de som), Especialidade – Na generalidade são artigos de moda, de marcas com notoriedade, cuja eventual substituição é inaceitável pelo cliente. São aqueles que possuem características únicas/diferenciadas e o preço, sendo elevado, não é essencial para a decisão de compra. Os consumidores conhecem-nos, não os comparam, Novidade – São os artigos que produzem elevados níveis de vendas de forma intensiva e fugaz, mas somente durante um curto período de tempo que, normalmente, corresponde ao lançamento, Moda – Apesar da produção deste tipo de produtos se poder estender ao longo do tempo, as suas vendas podem modificar-se drasticamente de uma época para a outra, Sazonais – Produtos cujas vendas flutuam dramaticamente durante o ano .
8.2 A selecção dos produtos dependerá do posicionamento pretendido pelo ponto de venda. Ao seleccionar o sortido, o gestor corre muitas vezes o risco de satisfazer um sector da clientela em detrimento de outros. Por isso, qualquer modificação é uma decisão importante da política comercial do ponto de distribuição. Os factores a ter em linha de conta são : O sortido que pode ser Diversificado ou Restrito – Consoante o número de secções ou famílias de produtos apresentados, Considerável ou Escasso – Em função do número de modelos numa determinada família e Profundo ou Superficial – Consoante a escolha de referências ou de artigos para cada necessidade a satisfazer.
8.3 A criação do plano de sortido que consiste em descrever, pormenorizadamente, as gamas a propor à clientela durante um determinado período de tempo. Os seus elementos são: O Conteúdo – Com todos os produtos apresentados e respectivos preços, divididos por famílias de produtos. Os produtos básicos de atracção poderão merecer uma atenção particular, visto que influenciam a compra de outros e têm, geralmente, bastante importância nas vendas globais e A Duração – Na qual se deverá definir se a disponibilização de cada artigo será anual, semestral, semanal ou diária (nomeadamente no caso de produtos que ultrapassam rapidamente o prazo de validade como os da alimentação/restauração). Para as categorias de produtos de procura constante, o plano inicial pode ser adaptado ou corrigido através de revisões pontuais. Para as famílias de produtos sazonais, podem ser elaborados planos especiais ou temporários.
8.4 È complexa pois a entrada em linha de um produto novo pode obrigar à retirada de outro.
8.5 Deve-se ter em linha de conta A reputação comercial do fabricante, O seu preço de venda (comparado com o dos concorrentes), A imagem de qualidade da marca (comparado com a dos concorrentes), A contribuição do produto para a margem bruta da família desse produto, As vantagens na compra (descontos, condições de pagamento, bónus, etc.), O volume de vendas esperado e a sua potencial incidência sobre as vendas de outros produtos, O potencial de mercado para o produto, O montante do investimento previsto para o seu lançamento, O valor acrescentado que esse produto propõe ao consumidor e A sua apreciação, em termos tácticos, para fomentar a concorrência horizontal entre fornecedores.


Objectivos: Enumerar os princípios fundamentais da gestão de um armazém.
Enunciar todos os aspectos envolvidos na recepção,aprovisionamento e acondicionamento dos diferentes tipos de produtos.
Controlar o processo de gestão das encomendas.

REFLEXÃO

Nesta UFCD aprendemos o que são Instalações de armazenagem, equipamentos de armazenagem, a organização do espaço, do artigo e dos documentos, ou seja todos os aspectos logísticos de um armazém. Quando e como encomendar, stock mínimo de segurança, recepção de mercadorias e sua conferência, controle de entradas e saídas de armazém, também foram temas muito bem abordados nesta UFCD pela Dra. Ana Fonseca. Na gestão das encomendas aprendemos a organizar uma base de dados, como se faz a escolha do sortido, e a comunicação com os fornecedores.
Foi de uma forma muito agradável que a nossa formadora partilhou todos os seus conhecimentos nesta área, ficamos com uma visão mais alargada sobre este assunto, e de futuro poderemos aplicar estes conhecimentos na nossa vida profissional. Vai ajudar com certeza, numa empresa, saber como deve funcionar um armazém e o controle e armazenamento das mercadorias.

Uma mais-valia para a nossa formação profissional.

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